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  • Foto do escritorGabriely Di Folco Rocha

3 - Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Atualizado: 10 de set. de 2020



Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é o terceiro livro da ilustre saga de Joanne Kathleen Rowling, publicado pela primeira vez na Inglaterra em 08/08/1999. Sob o título Harry Potter and the Prisoner of Azkaban, conquistou novos leitores e fascinou novamente os antigos, por todo o mundo. Considero o livro o mais feliz da série, e causa certa nostalgia ver todos vivos e juntos. Apesar dos problemas, esse ano foi o que mais me deu esperanças de felicidade para o Harry. Ele tinha amigos, não teria mais que viver com os Dursley e um canzarrão não parecia relevante.

A história começa com mais um verão triste. Harry continua tendo de se esconder para estudar e a relação com os Dursley permanece o mais distante possível. Ao menos desta vez os amigos conseguem se comunicar com ele e a indiferença é de fato melhor do que quase morrer de fome em cárcere privado.

J.K. tem a cortesia de apresentar o universo mágico para os novos leitores, e lembrar os antigos. Além de ser amável, quando somado à magia e escolha excelente de índices, constrói um carinho especial pela saga.

Em apenas 394 páginas, um menino de agora 13 anos tem que enfrentar medo, raiva, tristeza e revelações. Mas ele não está sozinho. Amizade incondicional e lealdade acompanham a narrativa, amplamente abordados.

Os problemas começam a se desenrolar com a necessidade de uma autorização para Hogwarts e a visita anunciada de Guida Dursley. A “tia” do menino o incomoda com comentários maldosos por uma semana, até começar a ofender Lilian e Tiago. Farto, Harry perde o controle dos poderes e a transfigura em um balão, fugindo de casa em seguida, com o medo de expulsão pairando sobre ele.

Sem perspectivas, ele anda sem rumo até parar em uma esquina. Para piorar a situação, um canzarrão preto o derruba de susto, ainda com a varinha em mãos. Surpreendentemente, surge um ônibus bruxo enorme atendendo ao ‘chamado’ de Harry.

Apresentando-se no Nôitibus como Neville, Harry Potter aceita um futuro de fora da lei, como o homem que vira no jornal dos trouxas. A única opção que lhe surge é sacar o ouro de Gringotes e viver fugindo.

Para seu desespero, ele desembarca bem na frente do ministro da magia. Diferentemente do que esperava, Fudge é quase paternal e lhe deixa na hospedaria, com a condição de que Harry não fosse à Londres dos trouxas.

Depois disso, a história desencadeia-se sobre uma vida muito mais feliz, com visitas à Artigos de Qualidade para Quadribol, sundaes de graça de Florean Fortescue e uma estranha liberdade. Harry reencontra-se com os amigos e retorna a Hogwarts, sendo a pior coisa para ele a impossibilidade de visitar Hogsmeade.

O ano letivo se abre com novas matérias, segurança reforçada e seu terceiro professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Remo Lupin se prova excepcional logo de cara, combatendo dementadores no Expresso de Hogwarts.

Esse livro é de extrema importância para os adjacentes. É possível perceber o crescimento dos personagens, o aprofundamento de seus medos e o próprio amadurecimento de Rowling como escritora. Pela primeira vez os grandes desafios vêm de dentro, expressos pelam figura de dementadores e bichos-papões.

A caçada à Black traz uma atmosfera sombria à trama. Dementadores estão por toda parte e o assassino parece interessado em terminar o serviço com Harry, trazendo à tona parte da história do garoto. A trama é tão bem construída que, depois de ler, se percebe que todas as peças estavam ali, apenas embaralhadas demais. Esse brilhantismo de J.K. faz com que a releitura seja incrivelmente nostálgica e até surpreendente.

O ano continua. Segue-se um acidente com Malfoy logo na primeira aula de Hagrid, em que Bicuço, um hipogrifo, quebra o braço de Draco, o que leva a seu julgamento. Infelizmente, a rixa com Malfoy está muito presente nesse livro, com o auge no ilustre tapa de Mione e na execução de Bicuço.

Nesse volume, somos ainda mais inseridos no mundo bruxo e suas leis e, como já se tornou tradição, as conversas com Dumbledore esclarecem muito. Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore é sem dúvidas um grande homem.

Ao ler esse livro maravilhoso e incrivelmente atual, algumas coisas sempre me espantam. A primeira é como tanta gente idolatra o Snape, que por 6 anos beneficia os sonserinos em detrimento do restante dos alunos, humilhando muitas vezes Hermione, Neville, Harry e outros tantos. A verdade é bem representada numa das poucas falas sensatas de Fudge:

– O homem parece que é bem desequilibrado – disse Fudge, acompanhando-o com o olhar. – Eu me precaveria se fosse você, Dumbledore.

Deixando de lado minha aversão pelo Severo, devida em grande parte às suas interações com a Mione, também não entendo o amor que alguns sentem pelos filmes. São, de fato, boas produções, mas pecam na fidelidade e nem se comparam aos livros.

Esse filme foi lançado em 31/05/2004 e, do ponto de vista cinematográfico, é excelente, com boa fotografia e bons atores. As partes espontâneas se destacam, como o tapa que Hermione deu em Draco, ponto alto do filme.

O diretor de filmagem dessa terceira parte é outro - Alfonso Cuáron – escalado pelo desgaste de Chris Columbus, agora produtor. Esse diretor (conhecido pela filmagem de “E Sua Mãe Também”) muda bastante o estilo da produção, a começar pelas roupas. Mesmo abrindo mão das tradicionais vestes, permitir que os atores escolhessem o figurino se mostrou uma decisão acertada, deixando todos mais à vontade e gerando maior identificação com o público adolescente.

A marca registrada de Cuáron, a intensidade dos takes, também foi uma bela aposta. Com movimentos criativos e amplos, ele conseguiu traduzir a beleza do castelo, com foco nos vazios e na atmosfera pesada. A inserção de mais criaturas mágicas (apesar de pouco originais) e o ritmo mais ligeiro também se mostraram sucessos de crítica

O filme também tem seus defeitos. A começar por Rony Weasley, que ao contrário do livro, em que protagonizou brigas com Hermione, esteve ao lado do Harry e defendeu Perebas, no filme atua mais como “alívio cômico” do que como ativo.

Além disso, algumas das minhas partes prediletas, como os jogos de quadribol, perdem espaço para cenas sem sentido, criadas com o filme. Os livros são tão bem escritos que cada mínima parte contribui em algum momento futuro e amadurece os personagens, mas isso se perde nos filmes e muitas coisas ficam inexplicadas.

No livro, eu gostaria que a história dos Marotos fosso mais aprofundada e os contatos Harry-Sirius também. Apesar do clima mais sóbrio, esse volume termina feliz, com uma pontinha de esperança mágica, um sonho que eu queria que durasse mais. Infelizmente, como diz sabiamente Dumbledore, não vale a pena viver sonhando e se esquecer de viver.

Harry Potter e ao prisioneiro de Azkaban tem tudo para se tornar um clássico, mas de qualquer maneira me marcou. Esse livro, que nos prova que nem tudo é o que parece, certamente seria uma das minhas memórias geradoras de Patrono.

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