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  • Foto do escritorGabriely Di Folco Rocha

O Milagre de Anne Sullivan


“The miracle working” é um filme de 1962, dirigido nos EUA por Arthur Hiller Penn e inspirado na história real de Helen Keller e sua professora, com descrita no livro ‘The story off my life” e na peça teatral de mesmo nome. O enredo e a produção são surpreendentes para época, e continuam a entreter até hoje.

O diretor merece elogios por essa bela obra. Apesar de na época ser um ‘novato’ no mundo do audiovisual (essa foi a segunda, de dezenove produções) saiu-se excepcionalmente bem. O enredo transmite emoção como poucos e é realmente inspirador.

Mas, naturalmente, grande parte do crédito se deve às atrizes que representaram Helen e Anne. Com cenas expressivas e cheias de significado, Patty Duke e Anne Bancroft são merecedoras de aplausos.

Quanto à história, pode-se dizer que é extremamente inspiradora. Baseada em fatos reais, mostra a jovem Helen Keller, uma menina que, vítima de “febre cerebral” – provável meningite ou escarlatina – tornou-se surdo-cega aos 19 meses.

Seus pais, desconsolados, apesar de submeterem a menina a diversos métodos para ‘curá-la’, passaram a mimá-la, apiedando-se da ‘inválida’. Ao mandarem cartas suplicantes ao Perkins Institute, receberam em sua casa a ex-aluna cega Anne Sullivan, que deveria mentoriar a jovem.

Na época, Helen, de 7 anos, já se comunicava através de sinais simples com sua família. A srta. Sullivan de então 20 anos, passou a ensiná-la uma linguagem de sinais praticada por monges espanhóis. A menina rapidamente aprendeu os sinais, mas não compreendia o que simbolizavam.


O alfabeto em libras, a Língua Brasileira de Sinais

O desafio da tutora tornou-se, então, fazer com que a menina associasse significado e significante.

Significante:“imagem acústica”, ligada à sons e símbolos. Plano da forma.

Significado:conceito. Plano do conteúdo.

Além disso, tinha que lidar com o “animal desgrenhado e sem modos” que a família tinha criado ao tratá-la como incapaz.

Depois de algumas rixas e um certo período em que Helen não suportava a professora, Anne Sullivan finalmente conseguiu o que há muito tentava: alimentar o cérebro de uma criança que havia sido isolada pela quase ausência de comunicação.

Ao colocar as mãos da menina sob uma bomba de água enquanto soletrava para ela (talvez pela milésima vez), Hellen teve um insight e percebeu o que significava tudo aquilo.

Essa parte do filme, além de tocante, é muito interessante por mostrar o comportamento do cérebro humano.

Tomemos como exemplo um bimestre quase ininteligível para Ciclano. Ele quebra a cabeça por horas a fio com o funcionamento da gravidade, sem êxito. Após ir mal nas provas, Ciclano, triste, prepara um pão com manteiga e, completando a desgraça, deixa-a cair no chão. Só então ele percebe de fato o que é gravidade e, eufórico começa a jogar as coisas do alto para vê-las cair.

Foi isso que aconteceu com Hellen Keller. Após semanas apenas soletrando, veio a compreensão e o fascínio. A menina, ao perceber que tudo tinha um nome, começou a perguntá-los e logo falava o suficiente para se comunicar com sua mãe e sua professora.

Esse filme foi realmente uma boa surpresa, já que não esperava muito dele por sua idade. Mas admirei-me por sua profundidade e qualidade. Realmente o recomendo.

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